Por Caetano Fabrini* — Nas últimas semanas, duas decisões judiciais impactaram o litígio entre as empresas Ternium e Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), iniciado em 2011 e acompanhado de perto pelo mercado de gestão de ativos e M&A. O caso trata da aquisição de uma participação na Usiminas pela Ternium. Na ocasião, a CSN, também acionista, questionou a possível obrigatoriedade de uma oferta pública de ações (OPA).

Esse litígio evidencia a morosidade e, por vezes, a ineficiência do arcabouço judicial brasileiro na análise desse tipo de contencioso. A ação movida pela CSN já havia recebido pareceres desfavoráveis do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e de três instâncias do Judiciário, quando a Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) acolheu um embargo de declaração, alterando o entendimento das instâncias anteriores e contrariando a autarquia que, desde 2005, mantém normas pacificadas sobre transações em grupos de controle.

Essa decisão gerou reações ambíguas no mercado. Parte dos analistas a considerou positiva, pois protegeria os sócios minoritários ao reforçar que o controle de uma empresa não está vinculado apenas ao montante de ações, mas também a estruturas de poder. Por outro lado, a decisão provocou preocupações com relação à insegurança jurídica, por contrariar normativas consolidadas que embasam operações dessa natureza.

A novidade recente envolve o Supremo Tribunal Federal (STF), que aceitou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade questionando a contraditória decisão do STJ. Sob relatoria do ministro André Mendonça, o caso contará com manifestações da CVM e de outros órgãos interessados no tema. Após esse rito, será avaliada a possibilidade de envio da ação ao plenário do STF. Caso isso ocorra, novas discussões serão realizadas, mantendo o mercado atento a uma possível definição.

Embora esse caso pareça específico, não é um episódio isolado. Em 2020, no Rio de Janeiro, houve um contencioso entre a prefeitura e a Invepar (controladora da Linha Amarela, Metrô do Rio e Aeroporto de Guarulhos). Nesse caso, a administração pública buscava expropriar um ativo da empresa, sem indenizá-la previamente, justificando prejuízos sofridos pela cidade. Apesar de a Lamsa (concessionária da Linha Amarela) ter obtido 18 decisões favoráveis – incluindo duas do STJ e uma do STF -, uma reviravolta no STJ alterou o entendimento, gerando nova situação de insegurança jurídica.

Esses precedentes ilustram a fluidez dos entendimentos judiciais, mesmo em relação a normativas estabelecidas por órgãos especializados. No caso da CSN, trata-se de uma disputa que já dura 13 anos, com sucessivas idas e vindas. Parece que a única solução definitiva para o impasse seria a realização de um acordo.

A Justiça, muitas vezes, serve como forma de pressão. No entanto, em situações sem perspectivas claras de resolução, os acordos emergem como o instrumento mais eficaz para garantir soluções ágeis e definitivas.

*Executivo especializado em M&A e contenciosos societários

Por Caetano Fabrini* — Nas últimas semanas, duas decisões judiciais impactaram o litígio entre as empresas Ternium e Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), iniciado em 2011 e acompanhado de perto pelo mercado de gestão de ativos e M&A. O caso trata da aquisição de uma participação na Usiminas pela Ternium. Na ocasião, a CSN, também acionista, questionou a possível obrigatoriedade de uma oferta pública de ações (OPA).

Esse litígio evidencia a morosidade e, por vezes, a ineficiência do arcabouço judicial brasileiro na análise desse tipo de contencioso. A ação movida pela CSN já havia recebido pareceres desfavoráveis do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e de três instâncias do Judiciário, quando a Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) acolheu um embargo de declaração, alterando o entendimento das instâncias anteriores e contrariando a autarquia que, desde 2005, mantém normas pacificadas sobre transações em grupos de controle.

Essa decisão gerou reações ambíguas no mercado. Parte dos analistas a considerou positiva, pois protegeria os sócios minoritários ao reforçar que o controle de uma empresa não está vinculado apenas ao montante de ações, mas também a estruturas de poder. Por outro lado, a decisão provocou preocupações com relação à insegurança jurídica, por contrariar normativas consolidadas que embasam operações dessa natureza.

A novidade recente envolve o Supremo Tribunal Federal (STF), que aceitou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade questionando a contraditória decisão do STJ. Sob relatoria do ministro André Mendonça, o caso contará com manifestações da CVM e de outros órgãos interessados no tema. Após esse rito, será avaliada a possibilidade de envio da ação ao plenário do STF. Caso isso ocorra, novas discussões serão realizadas, mantendo o mercado atento a uma possível definição.

Embora esse caso pareça específico, não é um episódio isolado. Em 2020, no Rio de Janeiro, houve um contencioso entre a prefeitura e a Invepar (controladora da Linha Amarela, Metrô do Rio e Aeroporto de Guarulhos). Nesse caso, a administração pública buscava expropriar um ativo da empresa, sem indenizá-la previamente, justificando prejuízos sofridos pela cidade. Apesar de a Lamsa (concessionária da Linha Amarela) ter obtido 18 decisões favoráveis – incluindo duas do STJ e uma do STF -, uma reviravolta no STJ alterou o entendimento, gerando nova situação de insegurança jurídica.

Esses precedentes ilustram a fluidez dos entendimentos judiciais, mesmo em relação a normativas estabelecidas por órgãos especializados. No caso da CSN, trata-se de uma disputa que já dura 13 anos, com sucessivas idas e vindas. Parece que a única solução definitiva para o impasse seria a realização de um acordo.

A Justiça, muitas vezes, serve como forma de pressão. No entanto, em situações sem perspectivas claras de resolução, os acordos emergem como o instrumento mais eficaz para garantir soluções ágeis e definitivas.

*Executivo especializado em M&A e contenciosos societários

O governo federal apresentou, nesta segunda-feira (9/12), um conjunto de medidas para fortalecer a governança e aumentar a eficiência das estatais federais. As iniciativas, debatidas em reuniões com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, visam alinhar as empresas às melhores práticas de gestão, ampliar sua contribuição para o desenvolvimento sustentável e reduzir a dependência de recursos do Tesouro Nacional.

As medidas foram formalizadas por meio de três decretos que buscam modernizar e coordenar a atuação das estatais:

1. Programa de Governança e Modernização das Empresas Estatais Federais: Focado em melhorar a gestão e fomentar inovação, o programa prevê formação contínua de dirigentes, compartilhamento de boas práticas e remodelagem de negócios.

2. Sistema de Coordenação da Governança e da Supervisão Ministerial das Empresas Estatais Federais (SISEST): Estrutura que reúne 16 ministérios e todas as estatais, oferecendo uma visão integrada de suas operações para otimizar processos e identificar oportunidades.

3. Revisão da CGPAR: Atualiza a Comissão Interministerial de Governança Corporativa, adaptando-a à Lei das Estatais (2016) e centralizando a organização no novo sistema coordenado pelo SISEST.

Em 2023, as 44 estatais sob controle da União foram responsáveis por 5,75% do PIB, registrando lucro de R$ 197,8 bilhões e distribuindo R$ 128,1 bilhões em dividendos. O governo busca, com as novas medidas, não apenas maximizar o retorno dessas empresas à sociedade, mas também promover um modelo de governança mais eficiente e sustentável.

O governo federal apresentou, nesta segunda-feira (9/12), um conjunto de medidas para fortalecer a governança e aumentar a eficiência das estatais federais. As iniciativas, debatidas em reuniões com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, visam alinhar as empresas às melhores práticas de gestão, ampliar sua contribuição para o desenvolvimento sustentável e reduzir a dependência de recursos do Tesouro Nacional.

As medidas foram formalizadas por meio de três decretos que buscam modernizar e coordenar a atuação das estatais:

1. Programa de Governança e Modernização das Empresas Estatais Federais: Focado em melhorar a gestão e fomentar inovação, o programa prevê formação contínua de dirigentes, compartilhamento de boas práticas e remodelagem de negócios.

2. Sistema de Coordenação da Governança e da Supervisão Ministerial das Empresas Estatais Federais (SISEST): Estrutura que reúne 16 ministérios e todas as estatais, oferecendo uma visão integrada de suas operações para otimizar processos e identificar oportunidades.

3. Revisão da CGPAR: Atualiza a Comissão Interministerial de Governança Corporativa, adaptando-a à Lei das Estatais (2016) e centralizando a organização no novo sistema coordenado pelo SISEST.

Em 2023, as 44 estatais sob controle da União foram responsáveis por 5,75% do PIB, registrando lucro de R$ 197,8 bilhões e distribuindo R$ 128,1 bilhões em dividendos. O governo busca, com as novas medidas, não apenas maximizar o retorno dessas empresas à sociedade, mas também promover um modelo de governança mais eficiente e sustentável.

O governo federal apresentou, nesta segunda-feira (9/12), um conjunto de medidas para fortalecer a governança e aumentar a eficiência das estatais federais. As iniciativas, debatidas em reuniões com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, visam alinhar as empresas às melhores práticas de gestão, ampliar sua contribuição para o desenvolvimento sustentável e reduzir a dependência de recursos do Tesouro Nacional.

As medidas foram formalizadas por meio de três decretos que buscam modernizar e coordenar a atuação das estatais:

1. Programa de Governança e Modernização das Empresas Estatais Federais: Focado em melhorar a gestão e fomentar inovação, o programa prevê formação contínua de dirigentes, compartilhamento de boas práticas e remodelagem de negócios.

2. Sistema de Coordenação da Governança e da Supervisão Ministerial das Empresas Estatais Federais (SISEST): Estrutura que reúne 16 ministérios e todas as estatais, oferecendo uma visão integrada de suas operações para otimizar processos e identificar oportunidades.

3. Revisão da CGPAR: Atualiza a Comissão Interministerial de Governança Corporativa, adaptando-a à Lei das Estatais (2016) e centralizando a organização no novo sistema coordenado pelo SISEST.

Em 2023, as 44 estatais sob controle da União foram responsáveis por 5,75% do PIB, registrando lucro de R$ 197,8 bilhões e distribuindo R$ 128,1 bilhões em dividendos. O governo busca, com as novas medidas, não apenas maximizar o retorno dessas empresas à sociedade, mas também promover um modelo de governança mais eficiente e sustentável.

O governo federal apresentou, nesta segunda-feira (9/12), um conjunto de medidas para fortalecer a governança e aumentar a eficiência das estatais federais. As iniciativas, debatidas em reuniões com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, visam alinhar as empresas às melhores práticas de gestão, ampliar sua contribuição para o desenvolvimento sustentável e reduzir a dependência de recursos do Tesouro Nacional.

As medidas foram formalizadas por meio de três decretos que buscam modernizar e coordenar a atuação das estatais:

1. Programa de Governança e Modernização das Empresas Estatais Federais: Focado em melhorar a gestão e fomentar inovação, o programa prevê formação contínua de dirigentes, compartilhamento de boas práticas e remodelagem de negócios.

2. Sistema de Coordenação da Governança e da Supervisão Ministerial das Empresas Estatais Federais (SISEST): Estrutura que reúne 16 ministérios e todas as estatais, oferecendo uma visão integrada de suas operações para otimizar processos e identificar oportunidades.

3. Revisão da CGPAR: Atualiza a Comissão Interministerial de Governança Corporativa, adaptando-a à Lei das Estatais (2016) e centralizando a organização no novo sistema coordenado pelo SISEST.

Em 2023, as 44 estatais sob controle da União foram responsáveis por 5,75% do PIB, registrando lucro de R$ 197,8 bilhões e distribuindo R$ 128,1 bilhões em dividendos. O governo busca, com as novas medidas, não apenas maximizar o retorno dessas empresas à sociedade, mas também promover um modelo de governança mais eficiente e sustentável.

A Praça da Bíblia, em Ceilândia, tornou-se sinônimo de boa comida e transformação social graças à Tenda do Chef Karl Max. Aos 54 anos, Karl Max Enock Ramos da Silva, que já esteve à frente de cozinhas de hotéis cinco estrelas e serviu nomes, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a artista plástica e viúva de John Lennon, Yoko Ono, os atores Malu Mader e Lázaro Ramos e o músico Tony Bellotto, do Titãs, agora conquista seu público com pratos de alta gastronomia vendidos a preços populares.

Nascido em 1970, no Hospital Santa Lúcia, Karl começou sua trajetória na gastronomia por acaso. Aos 24 anos, enquanto dava aulas particulares de matemática, foi incentivado por um tio a levar seu currículo ao restaurante Maison de France, comandado pelo chef francês Dominique Gerard. Contratado inicialmente para realizar serviços gerais, Karl mostrou talento e curiosidade ao observar e anotar os passos dos cozinheiros em um bloquinho de notas.

Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular

“Eu não sabia nada sobre cozinha, mas eu sempre tive muita curiosidade. Quando ele estava de folga, os cozinheiros me colocavam para mexer nas panelas. Foi assim que aprendi”, relembra. Um dia, o chef Dominique o viu fazer isso e o chamou em sua sala. “Ele me perguntou se eu estava a fim de aprender, e eu respondi que sim. Então, ele afirmou que ali seria uma escola para mim e, em troca, eu prometi que nunca iria envergonhar o seu nome”, contou. Após dois anos, o restaurante fechou, mas Dominique conseguiu para Karl um emprego no Hotel Nacional.

Lá, Karl passou de subchef a chef executivo de cozinha internacional, especializando-se na culinária francesa e liderando eventos para celebridades e diplomatas. À época, o hotel inaugurou um restaurante de cozinha francesa, o Belle Époque, que atendia a muitas celebridades. Artistas que vinham ao Distrito Federal para o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro ficavam hospedados no hotel e eram servidos pelo chef Karl Max.

“Servi desde pratos clássicos até criações de diferentes culturas”, diz. Após 16 anos no Hotel Nacional, Karl aceitou um convite para comandar o La Fontaine, no Carlton Hotel, onde trabalhou por seis anos, até a crise do setor em 2015. Foi então que sua vida tomou um rumo inesperado.

Sem trabalho fixo, foi a esposa de Karl, Estela Lima de Sousa, quem sugeriu a ideia de vender comida na rua. Em 2016, o casal começou com churrasco grego na Praça da Bíblia, mas logo inovou o cardápio com massas gourmet, risotos, arroz à grega, sanduíches e sobremesas. Hoje, a Tenda do Chef Karl Max é conhecida em toda a capital, atraindo clientes de diferentes cidades e até de outros países.

05/12/2024. Crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia – DF. Tenda do Chef de cozinha Karl Max na Praça da Bíblia em Ceilândia.

Todos os dias em que a tenda está aberta, o chef faz uma live nas suas redes sociais. Quando não posta nada, os clientes enchem a sua caixa de mensagem perguntando se o empreendimento está aberto ou não. “Transformamos a praça, que antes era tomada por problemas, como tráfico, em um espaço para famílias. O nosso intuito é trazer uma comida de qualidade para a comunidade que não tem acesso aos hotéis cinco estrelas que eu cheguei a chefiar, com um preço justo e acessível”, conta Karl.

O chef também utiliza sua influência para ações sociais e é conhecido por ser uma espécie de líder comunitário da região. As pessoas procuram o chef para pedir conselhos, falar sobre os problemas que afetam a região. Ele brinca dizendo que “é uma espécie de ouvidoria do GDF”. Todo ano, organiza o evento “Costelão Fogo de Chão”, em que clientes doam alimentos não perecíveis para degustar pratos preparados por ele e outros chefs. As doações são entregues a comunidades carentes no Sol Nascente.

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Entre tantos que passam por lá, Karl se comprometeu a ajudar um jovem que precisava de apoio para custear um curso profissionalizante. Para isso, às quartas-feiras, o chef vende a “baguete solidária”, que serve duas pessoas — 20 centímetros de pão com um recheio diferente a cada semana, por R$ 30.

Apesar do sucesso, Karl sonha em ter um espaço físico para sua tenda. “Eu me sinto limitado, cozinhando em um trailer. Quero um local com banheiro, que nos proteja nos dias de chuva, e que, principalmente, traga um conforto maior para os clientes. Quando isso acontecer, irei me sentir completamente realizado”, explica.

Morador de Ceilândia há 35 anos, Karl acredita que sua história não é apenas sobre gastronomia, mas sobre resiliência e retribuição. “Hoje, eu me sinto honrado em atender a comunidade onde moro e ver no olhar das pessoas a gratidão por aquilo que faço. É um privilégio”, conclui.

Karl Max ou Karl Marx?

O chef carrega um nome que remete ao filósofo alemão Karl Marx — criador da teoria do marxismo, que analisa a sociedade pela ótica da luta de classes. A escolha foi da mãe, que se inspirou em um colega de escola. “Ela nem sabia quem era o filósofo, mas gostava dele, dizia que era muito querido por todas as pessoas de seu convívio. Por isso, quis homenageá-lo”, diz o chef.

Nascido durante a ditadura militar, o pai dele teve certa dificuldade para registrar o nome no cartório, mas insistiu até conseguir. “O funcionário do cartório não queria colocar o meu nome, porque era ditadura militar, tentou trocar, mas meu pai insistiu”, conta Max. Por fim, o oficial de cartório registrou o polêmico nome. No entanto, quando o pai chegou em casa e mostrou a certidão, faltava a letra R .

“Ele voltou no cartório no outro dia. Meu pai era bombeiro militar, disse que sairia de lá preso, mas insistiu para que mudassem meu nome para o jeito correto, com R, M-A-R-X”, comentou. Ele explica que na época, a burocracia era muito grande, então o pai aceitou o nome como tinham colocado.

“Recebo muitos comentários nas redes sociais e das pessoas que me encontram, alguns maldosos, outros criativos. Tento levar isso com bom humor. Já precisei mostrar a identidade em alguns lugares e muitos me perguntam se sei quem foi Karl Marx”, afirma o chef.

* Estagiária sob supervisão de Márcia Machado

Tenda do Chefe Karl Max

Local: Praça da Bíblia –

P. Norte, Ceilândia-DF

Funcionamento: Abre às quartas, quintas, sábados e domingos, das 19h às 0h.

Cardápio: macarrão gourmet, risoto, arroz à grega, sanduba da praça, omelete, salada fitness e sobremesas

A Praça da Bíblia, em Ceilândia, tornou-se sinônimo de boa comida e transformação social graças à Tenda do Chef Karl Max. Aos 54 anos, Karl Max Enock Ramos da Silva, que já esteve à frente de cozinhas de hotéis cinco estrelas e serviu nomes, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a artista plástica e viúva de John Lennon, Yoko Ono, os atores Malu Mader e Lázaro Ramos e o músico Tony Bellotto, do Titãs, agora conquista seu público com pratos de alta gastronomia vendidos a preços populares.

Nascido em 1970, no Hospital Santa Lúcia, Karl começou sua trajetória na gastronomia por acaso. Aos 24 anos, enquanto dava aulas particulares de matemática, foi incentivado por um tio a levar seu currículo ao restaurante Maison de France, comandado pelo chef francês Dominique Gerard. Contratado inicialmente para realizar serviços gerais, Karl mostrou talento e curiosidade ao observar e anotar os passos dos cozinheiros em um bloquinho de notas.

Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular

“Eu não sabia nada sobre cozinha, mas eu sempre tive muita curiosidade. Quando ele estava de folga, os cozinheiros me colocavam para mexer nas panelas. Foi assim que aprendi”, relembra. Um dia, o chef Dominique o viu fazer isso e o chamou em sua sala. “Ele me perguntou se eu estava a fim de aprender, e eu respondi que sim. Então, ele afirmou que ali seria uma escola para mim e, em troca, eu prometi que nunca iria envergonhar o seu nome”, contou. Após dois anos, o restaurante fechou, mas Dominique conseguiu para Karl um emprego no Hotel Nacional.

Lá, Karl passou de subchef a chef executivo de cozinha internacional, especializando-se na culinária francesa e liderando eventos para celebridades e diplomatas. À época, o hotel inaugurou um restaurante de cozinha francesa, o Belle Époque, que atendia a muitas celebridades. Artistas que vinham ao Distrito Federal para o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro ficavam hospedados no hotel e eram servidos pelo chef Karl Max.

“Servi desde pratos clássicos até criações de diferentes culturas”, diz. Após 16 anos no Hotel Nacional, Karl aceitou um convite para comandar o La Fontaine, no Carlton Hotel, onde trabalhou por seis anos, até a crise do setor em 2015. Foi então que sua vida tomou um rumo inesperado.

Sem trabalho fixo, foi a esposa de Karl, Estela Lima de Sousa, quem sugeriu a ideia de vender comida na rua. Em 2016, o casal começou com churrasco grego na Praça da Bíblia, mas logo inovou o cardápio com massas gourmet, risotos, arroz à grega, sanduíches e sobremesas. Hoje, a Tenda do Chef Karl Max é conhecida em toda a capital, atraindo clientes de diferentes cidades e até de outros países.

05/12/2024. Crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia – DF. Tenda do Chef de cozinha Karl Max na Praça da Bíblia em Ceilândia.

Todos os dias em que a tenda está aberta, o chef faz uma live nas suas redes sociais. Quando não posta nada, os clientes enchem a sua caixa de mensagem perguntando se o empreendimento está aberto ou não. “Transformamos a praça, que antes era tomada por problemas, como tráfico, em um espaço para famílias. O nosso intuito é trazer uma comida de qualidade para a comunidade que não tem acesso aos hotéis cinco estrelas que eu cheguei a chefiar, com um preço justo e acessível”, conta Karl.

O chef também utiliza sua influência para ações sociais e é conhecido por ser uma espécie de líder comunitário da região. As pessoas procuram o chef para pedir conselhos, falar sobre os problemas que afetam a região. Ele brinca dizendo que “é uma espécie de ouvidoria do GDF”. Todo ano, organiza o evento “Costelão Fogo de Chão”, em que clientes doam alimentos não perecíveis para degustar pratos preparados por ele e outros chefs. As doações são entregues a comunidades carentes no Sol Nascente.

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Entre tantos que passam por lá, Karl se comprometeu a ajudar um jovem que precisava de apoio para custear um curso profissionalizante. Para isso, às quartas-feiras, o chef vende a “baguete solidária”, que serve duas pessoas — 20 centímetros de pão com um recheio diferente a cada semana, por R$ 30.

Apesar do sucesso, Karl sonha em ter um espaço físico para sua tenda. “Eu me sinto limitado, cozinhando em um trailer. Quero um local com banheiro, que nos proteja nos dias de chuva, e que, principalmente, traga um conforto maior para os clientes. Quando isso acontecer, irei me sentir completamente realizado”, explica.

Morador de Ceilândia há 35 anos, Karl acredita que sua história não é apenas sobre gastronomia, mas sobre resiliência e retribuição. “Hoje, eu me sinto honrado em atender a comunidade onde moro e ver no olhar das pessoas a gratidão por aquilo que faço. É um privilégio”, conclui.

Karl Max ou Karl Marx?

O chef carrega um nome que remete ao filósofo alemão Karl Marx — criador da teoria do marxismo, que analisa a sociedade pela ótica da luta de classes. A escolha foi da mãe, que se inspirou em um colega de escola. “Ela nem sabia quem era o filósofo, mas gostava dele, dizia que era muito querido por todas as pessoas de seu convívio. Por isso, quis homenageá-lo”, diz o chef.

Nascido durante a ditadura militar, o pai dele teve certa dificuldade para registrar o nome no cartório, mas insistiu até conseguir. “O funcionário do cartório não queria colocar o meu nome, porque era ditadura militar, tentou trocar, mas meu pai insistiu”, conta Max. Por fim, o oficial de cartório registrou o polêmico nome. No entanto, quando o pai chegou em casa e mostrou a certidão, faltava a letra R .

“Ele voltou no cartório no outro dia. Meu pai era bombeiro militar, disse que sairia de lá preso, mas insistiu para que mudassem meu nome para o jeito correto, com R, M-A-R-X”, comentou. Ele explica que na época, a burocracia era muito grande, então o pai aceitou o nome como tinham colocado.

“Recebo muitos comentários nas redes sociais e das pessoas que me encontram, alguns maldosos, outros criativos. Tento levar isso com bom humor. Já precisei mostrar a identidade em alguns lugares e muitos me perguntam se sei quem foi Karl Marx”, afirma o chef.

* Estagiária sob supervisão de Márcia Machado

Tenda do Chefe Karl Max

Local: Praça da Bíblia –

P. Norte, Ceilândia-DF

Funcionamento: Abre às quartas, quintas, sábados e domingos, das 19h às 0h.

Cardápio: macarrão gourmet, risoto, arroz à grega, sanduba da praça, omelete, salada fitness e sobremesas

Evangelos Marinakis abalou o noticiário esportivo ao afirmar ter negociações em andamento para comprar a SAF do Vasco. O grego faz parte de um grupo seleto de empresas e empresários bilionários, donos de dois ou mais clubes de futebol espalhados pelo mundo. O “Bolavip Brasil” realizou levantamento inédito, comparando a performance dos clubes nas mãos dos principais investidores do futebol mundial, e descobriu: as equipes que pertencem a Marinakis tiveram aproveitamento superior aos dos times que estão sob o controle de John Textor, dono do Botafogo, e aos dos que eram geridos pela 777 Partners, antiga dona do cruz-maltino.

O levantamento calculou o aproveitamento de pontos na última temporada (2023-2024 para os times europeus, 2023 para os times do continente americano) de 38 equipes, sob o controle de oito donos diferentes.

Foram contabilizados apenas os casos em que a empresa ou o empresário possuem fatia majoritária das ações ou então o controle efetivo do futebol, mesmo sendo um acionista minoritário. Aquisições que ocorreram posteriormente ao período abraçado no levantamento não foram contabilizadas.

Os times controlados por Evangelos Marinakis, Olympiacos (Grécia) e Nottingham Forest (Inglaterra), tiveram aproveitamento de pontos de 49,5%. O Rio Ave (Portugal), que passou a ser controlado pelo bilionário grego na atual temporada, não foi incluído na média.

O número é superior à média de pontos conquistados na temporada passada pelos quatro times de John Textor, Botafogo, Crystal Palace (Inglaterra), Olympique Lyon (França) e Molenbeek (Bélgica): 46,7%.

É também maior do que a pontuação média conquistada pelos times controlados pela 777 Partners antes de o grupo de Miami entrar em colapso, este ano. Vasco, Red Star (França), Genoa (Itália), Standard Liège (Bélgica), Hertha Berlim (Alemanha), Melbourne Victory (Austrália) tiveram aproveitamento de 47,2%.

O Olympiacos, clube do coração de Marinakis, teve aproveitamento de 67%. Na temporada passada, o time foi campeão da Liga Conferência, se tornando o primeiro time grego da história a vencer um título internacional.

Entre os 38 times mapeados no levantamento, o Olympiacos teve o terceiro melhor aproveitamento de pontos. Os dois melhores foram dois clubes que pertencem ao Grupo City: o Manchester City (79%) e o Girona (73%).

O clube com menor aproveitamento no período do levantamento foi um de John Textor: o belga Molenbeek, que conquistou apenas 31% dos pontos possíveis na temporada passada.

O levantamento descobriu que a rede multiclubes que pertence à Red Bull foi a que teve maior aproveitamento de pontos na temporada passada. Os quatro times do grupo (Red Bull Leipzig, New York Red Bulls, Red Bull Bragantino e Red Bull Salzburg) tiveram aproveitamento de 56,5%.

1 – Red Bull (quatro times, incluindo RB Bragantino) – 56,5%

2 – Grupo City (dez times, incluindo o Bahia) – 52,3%

3 – Amber Capital (quatro times) – 52%

4 – David Blitzer (seis times) – 50%

5 – Evangelos Marinakis (dois times) – 49,5%

6 – Jim Ratcliffe (dois times) – 47,5%

7 – 777 Partners (seis clubes, incluindo o Vasco) – 47,2%

8 – John Textor (quatro times, incluindo o Botafogo) – 46,8%

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Por Jonathan Mazon* e Fernando Freitas** — A Oferta Pública de Aquisição (OPA) é uma ferramenta importante no mercado de capitais brasileiro, frequentemente utilizada por acionistas que buscam adquirir ou consolidar uma participação significativa em uma empresa. Além disso, as OPAs são obrigatórias quando a participação de um acionista atinge um nível que, por regulamentação, exige a compra das ações dos demais acionistas.

Elas também desempenham um papel relevante em processos de fechamento de capital, quando uma empresa decide retirar suas ações da Bolsa de Valores, e em reestruturações societárias, facilitando fusões e aquisições.

Recentemente, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) atualizou as regras para OPAs com as Resoluções CVM 215 e 216 de 2024, visando tornar o processo mais transparente e eficiente. A RCVM 215 revogou a Resolução 85 de 2022.

Uma mudança significativa é a regra para OPA por aumento de participação. De acordo com a RCVM 215, se um controlador reduzir as ações em circulação para menos de 15%, será necessário realizar uma OPA. A nova regra incentiva a capitalização sem penalizar os controladores, criando ambiente de negócios mais dinâmico. Outra inovação é o registro automático para OPAs voluntárias sem troca de valores mobiliários. Conforme a RCVM 215, essas OPAs podem agora ser registradas sem análise prévia da CVM, desde que cumpram certos requisitos. Essa alteração acelera as transações e estimula os investidores.

Para OPAs de cancelamento de registro, a nova regra, segundo a RCVM 215, exige a adesão de dois terços das ações elegíveis. Além disso, empresas com menos de 5% das ações em circulação podem aprovar o cancelamento com maioria simples, facilitando o processo.

A dispensa de laudo de avaliação em alguns casos também é uma novidade. Quando o preço da OPA se baseia em transações recentes ou na cotação mais alta, o laudo pode ser dispensado, simplificando o processo. Essa mudança, conforme a RCVM 215, reduz custos e acelera as operações, com respostas mais rápidas às condições de mercado.

A CVM também permite que certas consultas relacionadas às OPAs sejam mantidas em sigilo, conforme a RCVM 215. Essa alteração protege informações sensíveis que podem impactar o valor das ações e a percepção do mercado.

Os prazos para leilões foram reduzidos, tornando o processo mais ágil e menos burocrático. Essa agilidade é essencial em um ambiente de negócios rápido e competitivo. Além disso, as funções de intermediário e garantidor da OPA foram separadas. Segundo a RCVM 215, o intermediário é responsável por assegurar a veracidade das informações, enquanto a instituição financeira garantidora cuida da liquidação financeira. Essa separação melhora a transparência e aumenta a confiança dos investidores.

Outra mudança relevante é a possibilidade de unificar OPAs para aquisição de controle e cancelamento de registro, simplificando o processo, conforme a RCVM 215. Essa unificação permite uma gestão mais eficiente das estratégias de aquisição e cancelamento das negociações na Bolsa de Valores.

Essas novas regras entram em vigor em 1º de julho de 2025 e foram desenvolvidas com contribuições do mercado, visando maior aceitação e eficiência. A CVM espera que essas mudanças promovam um ambiente de negócios mais transparente e dinâmico, beneficiando tanto empresas quanto investidores.

*Sócio do Ayres Ribeiro Advogados

*Estagiário da área Societária e de Mercado de Capitais do Ayres Ribeiro Advogados

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