A discussão sobre a substituição de Jean Paul Prates no comando da Petrobras se aceleraram no final de semana, a ponto de o presidente Lula convocar uma reunião na noite de domingo (7) para discutir a troca. Para além da própria situação da companhia, mergulhada numa crise provocada pelo embate entre o ministro das Minas e Energia e o CEO, há razões práticas para a troca ocorrer em breve – de preferência antes do próximo dia 25.

Essa é a data da próxima assembleia-geral ordinária do Conselho de Administração da estatal, marcada para o próximo dia 25.

Isso porque o mandato dos conselheiros atuais está no fim, e os acionistas vão escolher na votação quem serão os novos integrantes do conselho pelos próximos dois anos – ou seja, até o final do mandato de Lula. Prates compõe a lista de indicações do governo federal, acionista majoritário da petroleira, e sua substituição após a renovação do conselho seria mais trabalhosa.

Se Lula decidir pela demissão do aliado, a janela de tempo será curta. O principal cotado para substituir Prates é o atual presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, quadro histórico do PT. Mercadante já sinalizou ao Planalto que, caso o convite seja oficializado, aceitará o cargo.

Caso seu nome seja submetido ao Conselho de Administração antes da assembleia do dia 29, a transição de poder seria mais fluida – exatamente o que o Planalto deseja após as rusgas entre o atual CEO da companhia e o ministro de Minas e Energia (MME), Alexandre Silveira, que precipitaram a crise na cúpula da estatal.

Por isso, o calendário pesa contra a hipótese de uma sobrevida de Prates no comando da Petrobras até que Lula indique um sucessor sem instigar uma fadiga política na sucessão da presidência da empresa – cenário que chegou a ser aventado nos bastidores.

Silveira hoje exerce grande influência sobre o Conselho de Administração. Como mostramos no blog em fevereiro, Prates atuou para reduzir o poder do ministro sobre o colegiado e, ironicamente, articulou a indicação do próprio Mercadante para a presidência do órgão, hoje comandado por Pietro Mendes, secretário-executivo do MME.

Mas o tiro saiu pela culatra e Silveira conseguiu contornar as pressões do CEO, mantendo suas indicações no conselho, entre elas a de Pietro. A lista dos nomes do governo será submetida ao conselho na assembleia-geral e tende a ser aprovada, como de praxe.

Graças a mudanças casuísticas na Lei das Estatais patrocinadas por aliados de Lula antes mesmo da posse do petista, Mercadante teve sua indicação para o BNDES, no início do governo, aprovada pela governança do banco público sem reservas. Isso também deve contar a favor da tramitação de sua eventual nomeação como CEO da Petrobras.

A assembleia do dia 25 também deve deliberar sobre a distribuição dos dividendos da companhia, um dos gatilhos da crise que pode derrubar Prates. Até lá, a resolução dos dois temas espinhosos depende unicamente de Lula.

A fritura de Jean Paul Prates à frente da Petrobras reacende uma discussão que permeia a trajetória da principal empresa brasileira — os efeitos da intervenção da Presidência da República e a extensão dos danos que isso causa à petroleira. Luiz Inácio Lula da Silva não é o primeiro a tentar determinar o papel da estatal, mas, para especialistas ouvidos pelo Correio, ao menos acreditava-se que esse tempo tinha ficado para trás. Sobretudo, chama a atenção a forma ostensiva como o presidente pretende traçar a direção que a Petrobras deveria seguir.

O carioca Prates é reconhecido como um homem “do ramo” e qualificado para comandar uma empresa da magnitude da petroleira. Tem mestrado nos Estados Unidos em planejamento energético e gestão ambiental pela Universidade da Pensilvânia e na França, em economia de petróleo e motores — título concedido pelo IFP Energies Nouvelles (Instituto Francês do Petróleo e Novas Energias). Em 2022, ainda senador, relatou o projeto de lei que muda a política de preços da Petrobras e cria uma conta equalizadora para evitar mudanças abruptas nas bombas nos postos de combustíveis.

Prates foi escolhido por Lula para presidir a estatal ainda na transição de governo. Isso incomodou setores “desenvolvimentistas” do PT, que foram ultrapassados na indicação de um nome mais alinhado com o que pretende, hoje, o presidente da República — que a Petrobras retome investimentos em refinarias e financie a retomada da indústria naval brasileira, foco antigo de projetos megalômanos, escândalos e fracassos.

Segundo o economista Otto Nogami, professor do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), pela própria natureza a Petrobras é sujeita a intervenções. Tamanho, faturamento e a cadeia produtiva que gira em torno fazem com que a empresa extrapole as fronteiras da sua atividade-fim — pesquisar, prospectar e refinar petróleo. “As intervenções podem ser voltadas para o controle da inflação, por meio da política de preços de combustíveis; para investir em setores estratégicos, como a exploração do pré-sal; ou para influenciar a balança comercial”, lembra Nogami. “No entanto, tais intervenções podem ter consequências financeiras e impactos mais amplos na economia. Cabe lembrar que a gasolina representa 5,15% no cálculo da inflação e o gás de botijão, 1,07%”, pontuou.

As divergências entre Prates e setores do governo emergiram a partir da discussão sobre a distribuição de proventos pela petroleira — ainda na campanha presidencial de 2022, Lula defendeu que esse recurso deveria ser reinvestido em pesquisa e desenvolvimento. E os ânimos se exaltaram ainda mais porque se aproxima o prazo de 19 de abril para decidir sobre a distribuição dos dividendos extraordinários da empresa — conforme anunciado em 7 de março, quando a Petrobras divulgou o balanço de 2023 e comunicou ao mercado a decisão de não distribuir esses lucros.

Não à toa o confronto se acirrou. Afinal, são aproximadamente R$ 43,9 bilhões, o equivalente a R$ 3,3 por ação. Representa um potencial rendimento em torno de 8% em relação aos preços atuais das ações, caso tais dividendos sejam distribuídos integralmente. Com o aval de Lula, os lucros foram retidos e colocados em um fundo de reserva da estatal.

A decisão foi mal recebida pelos investidores, que viram no gesto sinais de interferência política na companhia. Percepção que foi acompanhada por um movimento maciço de venda das ações da empresa. Em 7 de março, a Petrobras perdeu cerca de R$ 55,3 bilhões em valor de mercado na Bolsa de Valores (B3).

Para André Colares, CEO da Smart House Investment, “a Petrobras, com sua recente revisão da política de dividendos e um histórico sólido de lucratividade, tem a capacidade de distribuir dividendos extras”. Já o sócio da Ipê Investimentos Fabio Murad ressalta que “embora a Petrobras tenha potencial para oferecer retornos substanciais, também carrega um nível considerável de risco, em parte devido à sua estreita relação com o governo”.

O economista Volnei Eyng, CEO da Multiplike, crê que há uma forte inclinação do governo para que parte dos dividendos seja distribuída, especialmente considerando a importância desses recursos para alcançar a meta fiscal de deficit zero — a União embolsaria cerca de R$ 6 bilhões. “Representaria uma injeção significativa de capital”, resume.

Porém, Eyng salienta que o ruído em torno de Prates desestabiliza a empresa. “Rumores de demissão e especulações são vistas como preocupantes para o mercado financeiro, dadas as históricas interferências e políticas controversas adotadas (para a estatal) em mandatos anteriores”, lembra.

Já a Petrobras negou, ontem, que a reunião do Conselho de Administração, realizada na sexta-feira, tenha tratado da distribuição dos dividendos extraordinários. “O tema não estava na pauta da reunião e sequer foi mencionado ao longo do encontro entre os conselheiros”, afirmou a companhia em nota. Prates não participou do encontro do colegiado por estar ocupado com outras reuniões, segundo a assessoria de imprensa da empresa.

A pauta da reunião do conselho, de acordo com a estatal, tratou apenas de troca de gerências — Prates teria deixado o voto consignado com o secretário-geral. Vários conselheiros não compareceram, ou entraram remotamente, por se tratar de uma pauta sem questões relevantes. (Com Agência Estado)

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O presidente do BNDES e ex-ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, encontrou-se pessoalmente com João Paul Prates, presidente da Petrobras, no Rio de Janeiro. Os dois conversaram na quarta-feira (3) sobre a sucessão na empresa.

Mercadante disse a Prates que Lula (PT) o sondou para assumir a Petrobras, caso o atual presidente da estatal não tenha mais condições de ficar no cargo.

Prates está em um embate com integrantes do Conselho de Administração da Petrobras e com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

O conflito envolve diversas discussões, incluindo o pagamento de dividendos extraordinários, que foi uma espécie de gota d’água na relação turbulenta entre Prates e Silveira.

Prates e Mercadante têm uma boa relação. Como as sedes do BNDES e da Petrobras estão no Rio de Janeiro, o contato entre os dois se intensificou recentemente.

Na conversa com Prates, Mercadante não disse que Lula já fez o convite, mas afirmou que o presidente o sondou a respeito.

A interlocutores, Mercadante disse que não gostaria de assumir a Petrobras. No entanto, pessoas próximas a ele acham improvável que o ex-ministro não assuma a estatal diante de um convite de Lula.

Mercadante também teria sugerido a Prates que procurasse por Lula e conversasse com o presidente o quando antes. Prates tentou marcar um encontro com o presidente, mas ainda não conseguiu concretizar a agenda.

Integrantes do Palácio do Planalto dizem que Lula está incomodado com o embate entre Prates e o ministro Alexandre Silveira. Servidores do Planalto afirmam ainda que, nos próximos dias, o presidente deve chegar a uma solução final — provavelmente optando pela saída de Prates da Petrobras.

Se de fato a mudança acontecer, será uma evidência de que Lula arbitrou na queda de braço a favor de Silveira. Isso porque a visão do ministro sobre os rumos da empresa tem um alinhamento maior com a do presidente. Ambos entendem que a Petrobras deve atuar em favor de políticas públicas importantes para o governo.

O desgaste entre Prates e Silveira também passou por discussões sobre investimentos na empresa, preços dos combustíveis, setor de gás, entre outros.

VÍDEOS: notícias de Política

O cofundador do Facebook Eduardo Saverin é o brasileiro mais rico, segundo o ranking anual de bilionários da revista Forbes, publicado nesta terça-feira (2). Com patrimônio de US$ 28 bilhões, ele é conhecido por ser sócio de Mark Zuckerberg, que conheceu enquanto estava na faculdade. (saiba mais sobre ele abaixo)

A fortuna de Saverin teve um bom impulso neste ano após a Meta Platforms, controladora do Facebook, Instagram e WhatsApp, apresentar resultados robustos no quarto trimestre de 2023 e anunciar o primeiro plano de distribuição de dividendos da empresa. Com o resultado, ele ficou muito à frente dos demais.

Quem o acompanha na segunda posição é Vicky Safra, herdeira do banco Safra e também a mulher mais rica do país. De acordo com a Forbes, ela acumula US$ 20,6 bilhões, dada sua participação na empresa após a morte de seu marido, Joseph Safra, em 2020.

Ao todo, são 69 brasileiros que compõem a lista anual de bilionários da Forbes em 2024. Entre as principais novidades está a presença de Livia Voigt, herdeira da empresa de máquinas e equipamentos WEG, que se tornou a bilionária mais jovem do mundo.

Veja abaixo todos os brasileiros que estão na lista da Forbes em 2024.

Eduardo Saverin – US$ 28 bilhões (60º lugar geral)

Vicky Safra – US$ 20,6 bilhões (94º)

Jorge Paulo Lemann – US$ 16,4 bilhões (113º)

Marcel Herrmann Telles – US$ 10,9 bilhões (195º)

Carlos Alberto Sicupira – US$ 8,9 bilhões (278º)

Fernando Roberto Moreira Salles – US$ 7,6 bilhões (344º)

Pedro Moreira Salles – US$ 7,1 bilhões (385º)

André Esteves – US$ 6,6 bilhões (417º)

Alexandre Behring – US$ 6,3 bilhões (453º)

Miguel Krigsner – US$ 5,7 bilhões (522º)

João Moreira Salles – US$ 5,3 bilhões (572º)

Walther Moreira Salles Junior – US$ 5,3 bilhões (572º)

Jorge Moll Filho – US$ 4,5 bilhões (697º)

Alceu Elias Feldmann – US$ 3,7 bilhões (871º)

Maurizio Billi – US$ 3,6 bilhões (896º)

Jose João Abdalla Filho – US$ 3,5 bilhões (920º)

Joesley Batista – US$ 3,3 bilhões (991º)

Wesley Batista – US$ 3,3 bilhões (991º)

Lirio Parisotto – US$ 2,8 bilhões (1187º)

Alexandre Grendene Bartelle – US$ 2,6 bilhões (1286º)

Luciano Hang – US$ 2,3 bilhões (1438º)

Ilson Mateus – US$ 2,3 bilhões (1438º)

Candido Pinheiro Koren de Lima – US$ 2,3 bilhões (1438º)

Guilherme Benchimol – US$ 2,2 bilhões (1496º)

Julio Bozano – US$ 2,2 bilhões (1496º)

Luiz Frias – US$ 2,2 bilhões (1496º)

Alfredo Egydio Arruda Villela Filho – US$ 2,1 bilhões (1545º)

João Roberto Marinho – US$ 2,1 bilhões (1545º)

José Roberto Marinho – US$ 2,1 bilhões (1545º)

Roberto Irineu Marinho – US$ 2 bilhões (1623º)

Edir Macedo – US$ 2 bilhões (1623º)

Ana Lucia de Mattos Barretto Villela – US$ 1,9 bilhão (1694º)

Jayme Garfinkel – US$ 1,9 bilhão (1694º)

Rubens Menin Teixeira de Souza – US$ 1,9 bilhão (1694º)

Rubens Ometto Silveira Mello – US$ 1,9 bilhão (1694º)

Sasson Dayan – US$ 1,7 bilhão (1851º)

Carlos Sanchez – US$ 1,7 bilhão (1851º)

David Feffer – US$ 1,6 bilhão (1945º)

Jose Roberto Ermirio de Moraes – US$ 1,5 bilhão (2046º)

Jose Ermirio de Moraes Neto – US$ 1,5 bilhão (2046º)

Daniel Feffer – US$ 1,5 bilhão (2046º)

Jorge Feffer – US$ 1,5 bilhão (2046º)

Ruben Feffer – US$ 1,5 bilhão (2046º)

Neide Helena de Moraes – US$ 1,5 bilhão (2046º)

Artur Grynbaum – US$ 1,4 bilhão (2152º)

Cristina Junqueira – US$ 1,4 bilhão (2152º)

Antonio Luiz Seabra – US$ 1,4 bilhão (2152º)

Ivan Müller Botelho – US$ 1,3 bilhão (2287º)

Jose Isaac Peres – US$ 1,3 bilhão (2287º)

Eduardo Voigt Schwartz – US$ 1,3 bilhão (2287º)

Mariana Voigt Schwartz Gomes – US$ 1,3 bilhão (2287º)

João Alves de Queiroz Filho – US$ 1,2 bilhão (2410º)

Maria Consuelo Dias Branco – US$ 1,2 bilhão (2410º)

Maria Frias – US$ 1,2 bilhão (2410º)

Lucia Maggi – US$ 1,2 bilhão (2410º)

Anne Werninghaus – US$ 1,2 bilhão (2410º)

Clóvis Ermírio de Moraes – US$ 1,1 bilhão (2545º)

Pedro Grendene Bartelle – US$ 1,1 bilhão (2545º)

Liu Ming Chung – US$ 1,1 bilhão (2545º)

Itamar Locks – US$ 1,1 bilhão (2545º)

Blairo Maggi – US$ 1,1 bilhão (2545º)

Carlos Pires Oliveira Dias – US$ 1,1 bilhão (2545º)

Vera Rechulski Santo Domingo – US$ 1,1 bilhão (2545º)

Carlos Eduardo M. Scripilliti – US$ 1,1 bilhão (2545º)

Regina Helena S. Velloso – US$ 1,1 bilhão (2545º)

Livia Voigt – US$ 1,1 bilhão (2545º)

Dora Voigt de Assis – US$ 1,1 bilhão (2545º)

Dulce Pugliese de Godoy Bueno – US$ 1 bilhão (2692º)

Hugo Ribeiro – US$ 1 bilhão (2692º)

Quem é Eduardo Saverin

Saverin nasceu em 1982 na cidade de São Paulo, mas foi criado nos Estados Unidos. Ele se formou em economia em Harvard, onde conheceu Zuckerberg e ajudou a criar o Facebook em 2004. Sua fortuna veio de uma participação minoritária da empresa, que viria a crescer anos mais tarde.

Nos anos seguintes, Saverin e Zuckerberg discordaram sobre os rumos da empresa. O embate foi parar na Justiça e foi retratado no filme “A Rede Social” (2010), em que Saverin é interpretado pelo ator Andrew Garfield.

O brasileiro fez o investimento inicial necessário para começar as operações da empresa, segundo o livro “Milionários Acidentais”, de Ben Mezrich, publicado em 2012.

Ele apareceu pela primeira vez na lista de bilionários da Forbes em 2011, após a abertura de capital do Facebook, que fez valorizar sua participação.

Bernard Arnault, o mais rico do mundo

O francês Bernard Arnault, presidente do grupo de luxo LVMH, lidera o ranking anual de bilionários da Forbes 2024.

Arnault ocupa a liderança, com US$ 233 bilhões em patrimônio, uma alta de US$ 22 bilhões em relação ao ano passado. Para calcular o patrimônio líquido dos bilionários, a Forbes usa o preço das ações e taxas de câmbio do dia 8 de março de 2024.

Arnault havia chegado ao topo pela primeira vez em 2023, ultrapassando Elon Musk, fundador da Tesla, e Jeff Bezos, fundador da Amazon. Hoje, Musk é o segundo colocado, com US$ 195 bilhões de patrimônio. Bezos preenche o pódio logo atrás, com US$ 194 bilhões. (veja o top 10 abaixo)

A primeira mulher na lista é a empresária francesa Françoise Bettencourt Meyers, herdeira da L’Oréal. No fechamento do ano, ela está em 15º lugar, com US$ 99,5 bilhões.

Segundo a Forbes, existem agora mais bilionários do que nunca: são 2.781 ao todo, e 141 a mais que no ano passado. Trata-se de um novo recorde, superando em 26 o maior número da série histórica em 2021.

“Eles estão mais ricos do que nunca, valendo US$ 14,2 trilhões no total, um aumento de US$ 2 trilhões em relação a 2023 e US$ 1,1 trilhão acima o recorde anterior, também estabelecido em 2021”, diz a Forbes.

“Eles estão mais ricos do que nunca, valendo US$ 14,2 trilhões no total, um aumento de US$ 2 trilhões em relação a 2023 e US$ 1,1 trilhão acima o recorde anterior, também estabelecido em 2021”, diz a Forbes.

Além disso, a fortuna de dois terços dos bilionários do mundo subiu na lista de 2024. Apenas um quarto deles ficou mais “pobre” em relação ao ano passado.

Veja o top 10 entre os mais ricos do mundo:

Bernard Arnault, CEO da LVMH, controladora da grife Louis Vuitton, com US$ 233 bilhões

Elon Musk, CEO da Tesla, com US$ 195 bilhões

Jeff Bezos, fundador da Amazon, com US$ 194 bilhões

Mark Zuckerberg, cofundador da Meta, com US$ 177 bilhões

Larry Ellison, cofundador da Oracle, com US$ 141 bilhões

Warren Buffett, megainvestidor, com US$ 133 bilhões

Bill Gates, fundador da Microsoft, com US$ 128 bilhões

Steve Ballmer, ex-CEO da Microsoft, com US$ 121 bilhões

Mukesh Ambani, fundador da Reliance Industries, com US$ 116 bilhões

Larry Page, cofundador do Google, com US$ 114 bilhões

O plano de renegociação de dívidas dos estados apresentado pelo Ministério da Fazenda arrefece os planos da classe política de Minas Gerais de vender a Cemig para a União em troca de parte da dívida do estado com a União.

A federalização da empresa de energia é uma das principais bandeiras do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Ele visa a candidatura ao governo do estado em 2026.

A proposta apresentada pelo ministro Fernando Haddad na semana passada atrela a diminuição dos juros cobrados a investimentos em ensino médio técnico.

O programa, intitulado “Juros Por Educação”, também permite amortização de 10% a 20% da dívida dos estados em troca de ativos, incluindo participações em empresas públicas e sociedades de economia mista —como é o caso de Cemig, Copasa (saneamento) e Codemig (mineração de nióbio), estatais as quais Pacheco defende a federalização.

Caso haja amortização de 10% do saldo devedor, a redução no juro seria de 0,5 ponto percentual. Se o abatimento alcançar 20% do estoque, o desconto seria de 1 ponto porcentual.

Porém, na proposta de Haddad não há a possibilidade de essa amortização ser superior aos 20%, o que na visão de alguns políticos mineiros inibiria a vendas das três empresas mineiras para a União.

A dívida de Minas Gerais gira em torno de R$ 165 bilhões, e as três empresas juntas valeriam cerca de R$ 50 bilhões, 30% do total da dívida, segundo estimativas feitas por deputados mineiros.

Folha Mercado

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“Creio que o desinteresse da federalização não vem da parte do Haddad, mas sobretudo dos técnicos da Secretaria do Tesouro Nacional, que desconhecem completamente o potencial das empresas mineiras, fazendo uma avaliação equivocada dos ativos, baseado somente no valor das ações, desconsiderando o valor patrimonial”, diz à Folha o deputado estadual Cleiton Oliveira (PV-MG), autor da proposta da federalização encabeçada por Pacheco.

A avaliação apresentada por Oliveira inclui, além do valor das ações das empresas, os dividendos e os juros sobre capitais próprios correspondentes a pelo menos dez anos.

Pacheco já sinalizou que a proposta de Haddad se trata apenas do início das discussões. O presidente do Senado deve entrar em ação para ampliar o limite da amortização. O senador pode, inclusive, ser o autor do projeto de lei, segundo parlamentares que participam das discussões.

De acordo com ele, atrelar o pagamento das dívidas a investimentos em educação é uma “ideia paralela ao que é o cerne do problema”. Está previsto um encontro de Pacheco com Haddad nesta semana para debater o tema.

Na segunda-feira passada (25), o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, se reuniu com deputados federais e estaduais do PT e apresentou o plano do governo.

Segundo quem participou da conversa, ele chegou a ser questionado sobre o limite de 20% de amortização, ainda que sua resposta não tenha sido clara. É incerto, por exemplo, se o teto da amortização diz respeito apenas à redução da taxa de juros ou se, com a proposta, o governo demonstrar acordar com a compra apenas de 20% dos ativos dos estados, independentemente do programa.

A Secretaria do Tesouro Nacional não respondeu os questionamentos da Folha.

O presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Tadeu Martins Leite (MDB), aliado de Pacheco, também defendeu mudanças no limite da amortização.

“A ideia do investimento da educação é importante […], mas, para Minas Gerais, eu acredito que a gente [precisa] ter um prêmio maior na questão da amortização da dívida; ou seja, se o estado faz esse sacrifício de entregar uma parte, talvez, das suas estatais, ele tem de ter um prêmio maior. Então, o que eu vou defender na Assembleia é que a gente tenha um prêmio maior na amortização nesse processo que nós vamos iniciar nos próximos dias”, disse, em entrevista coletiva na semana passada.

Ao menos publicamente, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), já disse ser favorável à federalização das três empresas.

Um dia após a apresentação do plano de Haddad, no entanto, a Vale anunciou a compra de 45% das ações que a Cemig tinha na Aliança Energia, joint venture entre as duas empresas que gerou cerca de R$ 2,4 bilhões de receita líquida em 2023 e tem participação na usina de Belo Monte, no Pará.

A possível venda já era discutida desde o ano passado e, no início de março, Oliveira entrou com uma ação no TCE-MG (Tribunal de Contas do Estado) para suspender o interesse da Cemig de vender subsidiárias, como é Aliança Energia.

No TCE, Oliveira também questiona o interesse da Cemig em negociar suas ações na Taesa (36%), uma das maiores transmissoras de energia do país. A empresa teve em 2023 R$ 1,36 bilhão de lucro.

Para o deputado, Zema faz “privatização branca” da Cemig, o que afetaria a federalização da empresa, ao diminuir seu valor de mercado. O governo de Minas não respondeu os questionamentos da Folha.

Já a Cemig disse em nota que a Taesa e a Aliança Energia estão no Programa de Desinvestimentos da companhia aprovado em 2017. “O planejamento estratégico da empresa prioriza a atuação em Minas Gerais e de empreendimentos que possui o controle acionário”, diz.

Manter um peso saudável é crucial para reduzir o risco de doenças cardiovasculares, especialmente para pessoas com diabetes tipo 2 que estão mais predispostas a essas comorbidades. Porém, não está claro se a faixa ideal do índice de massa corporal (IMC) para pacientes do distúrbio metabólico varia conforme a idade. Um estudo apresentado ontem no Congresso Europeu sobre Obesidade, em Veneza, sugere que sim.

A pesquisa, baseada em dados de 22.847 moradores do Reino Unido, descobriu que, até os 65 anos, um índice de massa corporal (IMC) entre 23-25kg/m² protege contra morte por infarto, acidente vascular cerebral e doença renal crônica. Porém, no caso dos mais velhos, estar levemente acima dessa faixa oferece maior proteção.

O estudo é observacional, ou seja, não estabelece uma relação de causa e efeito. Porém, os autores do artigo, publicado na revista The British Medical Journal, têm algumas hipóteses para explicar a vantagem do sobrepeso, no caso de adultos acima de 65 anos.

“Os possíveis mecanismos biológicos que explicam esse paradoxo nos idosos podem estar associados a uma menor taxa de perda de massa óssea, o que reduz os efeitos de quedas e episódios de trauma”, esclarece Shaoyong Xu, do Hospital Central de Xiangyang, na China, e principal autor do estudo. O médico, contudo, ressalta que o efeito de proteção foi observado apenas para idoso com IMC entre 26-28kg/m², considerado ligeiramente acima do ideal. “Nossas descobertas sugerem que, para indivíduos mais velhos que estão moderadamente acima do peso, mas não obesos, manter, em vez de perder peso, pode ser uma forma mais prática de reduzir o risco de morrer de doença cardiovascular”, diz.

Para a pesquisa, a equipe do Hospital Central de Xiangyang investigou as diferenças etárias na associação entre o IMC e o risco de morte cardiovascular na base de dados de saúde UK Biobank, a maior do mundo. Os dados referem-se ao período de 2006 e 2010, e incluem pacientes com doenças cardíacas prévias.

A idade média de todos os participantes foi de 59 anos e cerca de 59% eram mulheres. A saúde cardiovascular foi monitorizada, por meio de registos de saúde interligados, durante quase 13 anos, durante os quais 891 participantes morreram de enfermidades do tipo. Os pesquisadores analisaram dados em duas faixas etárias – idosos (acima de 65 anos) e pessoas de meia-idade (65 anos ou menos) – e avaliaram a relação entre variáveis como IMC, circunferência da cintura e relação cintura-altura e o risco de mortalidade.

O ponto de corte ideal do IMC também foi calculado em diferentes faixas etárias. Os resultados foram ajustados para fatores de risco cardiometabólicos tradicionais e outros fatores associados a desfechos cardiovasculares adversos, incluindo idade, sexo, histórico de tabagismo, consumo de álcool e nível de exercício físico.

As análises descobriram que no grupo de meia-idade, ter um IMC na faixa de sobrepeso (25 kg/m² a 29,9 kg/m²) estava associado a um risco 13% maior de morrer de doença cardiovascular. Porém, no caso dos idosos, estar ligeiramente acima do peso teve relação com uma probabilidade 18% menor, comparado àqueles com índice de massa corporal normal (menos de 25kg/m²).

Segundo os autores, o IMC ideal para proteger adultos de meia-idade da mortalidade por doenças cardiovasculares é 24kg/m². Já entre os idosos, foi calculado em 27 kg/m². “Consequentemente, planos de tratamento personalizados podem ser desenvolvidos em ambientes clínicos, adaptando recomendações para diferentes faixas etárias”, diz o artigo.

Os pesquisadores também encontraram uma relação entre a circunferência da cintura e o risco de morte cardiovascular. Quanto maior a medida, mais alta a probabilidade de óbito por condições como infarto e AVC. A tendência foi a mesma tanto entre os participantes de meia-idade quanto os idosos. “É importante ressaltar que demonstramos que o IMC ideal para pessoas com diabetes tipo 2 varia de acordo com a idade, independentemente dos fatores de risco cardiometabólicos tradicionais”, afirma Shaoyong Xu. Ele afirma que, no futuro, medidas de obesidade central, como a circunferência da cintura, sevem ser utilizadas para reduzir, ainda mais, a mortalidade.

O parâmetro da Organização Mundial da Saúde para a obesidade é determinado pelo Índice de Massa Corporal (IMC) que é calculado dividindo-se o peso (em kg) pelo quadrado da altura (em metros). O resultado revela se o peso está dentro da faixa ideal, abaixo ou acima do desejado.

Menor que 18,5 – Abaixo do peso

Entre 18,5 e 24,9 – Peso normal

Entre 25 e 29,9 – Sobrepeso (acima do peso desejado)

Igual ou acima de 30 – Obesidade

Substituir o açúcar por adoçantes artificiais e naturais nos alimentos não deixa as pessoas com mais fome, além de ajudar a reduzir os níveis de açúcar no sangue. É o que mostra um estudo publicado na revista The Lancet.

O ensaio controlado descobriu que o consumo de alimentos contendo adoçantes produziu uma redução semelhante nas sensações de apetite e nas respostas hormonais relacionadas à fome, comparado aos alimentos açucarados. Os autores também encontraram benefícios, como a redução do açúcar no sangue, particularmente importante em pessoas em risco de desenvolver diabetes tipo 2.

O uso de adoçantes no lugar do açúcar nos alimentos pode ser controverso devido a relatos conflitantes sobre seu potencial para aumentar o apetite. Estudos anteriores foram realizados, mas não forneceram evidências robustas, sustentam os autores da Universidade de Leeds, no Reino Unido. “A redução do consumo de açúcar tornou-se um alvo chave de saúde pública na luta para reduzir a carga crescente de doenças metabólicas relacionadas à obesidade, como o diabetes tipo 2”, comenta a autora principal, Catherine Gibbons, professora associada da Escola de Psicologia da Universidade de Leeds.

Perfil nutricional

Segundo Gibbons, a simples restrição do açúcar dos alimentos sem substituição pode impactar negativamente o seu sabor ou aumentar o desejo por doces, resultando em dificuldades em aderir a uma dieta com baixo teor de açúcar. “A substituição de açúcares por adoçantes e intensificadores de doçura em produtos alimentícios é uma das estratégias dietéticas e de fabricação de alimentos mais amplamente utilizadas para reduzir a ingestão de açúcar e melhorar o perfil nutricional de alimentos e bebidas comerciais”, diz.

O estudo, que é o primeiro do gênero, analisou os efeitos do consumo de biscoitos açucarados ou dois tipos de adoçantes alimentares: o substituto natural Stevia ou o adoçante artificial Neotame em 53 homens e mulheres com excesso de peso ou obesidade. Não houve diferenças no apetite ou nas respostas endócrinas em comparação com o açúcar, mas os níveis de insulina medidos duas horas após a ingestão foram reduzidos nos voluntários do segundo grupo.

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Manter um peso saudável é crucial para reduzir o risco de doenças cardiovasculares, especialmente para pessoas com diabetes tipo 2 que estão mais predispostas a essas comorbidades. Porém, não está claro se a faixa ideal do índice de massa corporal (IMC) para pacientes do distúrbio metabólico varia conforme a idade. Um estudo apresentado ontem no Congresso Europeu sobre Obesidade, em Veneza, sugere que sim.

A pesquisa, baseada em dados de 22.847 moradores do Reino Unido, descobriu que, até os 65 anos, um índice de massa corporal (IMC) entre 23-25kg/m² protege contra morte por infarto, acidente vascular cerebral e doença renal crônica. Porém, no caso dos mais velhos, estar levemente acima dessa faixa oferece maior proteção.

O estudo é observacional, ou seja, não estabelece uma relação de causa e efeito. Porém, os autores do artigo, publicado na revista The British Medical Journal, têm algumas hipóteses para explicar a vantagem do sobrepeso, no caso de adultos acima de 65 anos.

“Os possíveis mecanismos biológicos que explicam esse paradoxo nos idosos podem estar associados a uma menor taxa de perda de massa óssea, o que reduz os efeitos de quedas e episódios de trauma”, esclarece Shaoyong Xu, do Hospital Central de Xiangyang, na China, e principal autor do estudo. O médico, contudo, ressalta que o efeito de proteção foi observado apenas para idoso com IMC entre 26-28kg/m², considerado ligeiramente acima do ideal. “Nossas descobertas sugerem que, para indivíduos mais velhos que estão moderadamente acima do peso, mas não obesos, manter, em vez de perder peso, pode ser uma forma mais prática de reduzir o risco de morrer de doença cardiovascular”, diz.

Para a pesquisa, a equipe do Hospital Central de Xiangyang investigou as diferenças etárias na associação entre o IMC e o risco de morte cardiovascular na base de dados de saúde UK Biobank, a maior do mundo. Os dados referem-se ao período de 2006 e 2010, e incluem pacientes com doenças cardíacas prévias.

A idade média de todos os participantes foi de 59 anos e cerca de 59% eram mulheres. A saúde cardiovascular foi monitorizada, por meio de registos de saúde interligados, durante quase 13 anos, durante os quais 891 participantes morreram de enfermidades do tipo. Os pesquisadores analisaram dados em duas faixas etárias – idosos (acima de 65 anos) e pessoas de meia-idade (65 anos ou menos) – e avaliaram a relação entre variáveis como IMC, circunferência da cintura e relação cintura-altura e o risco de mortalidade.

O ponto de corte ideal do IMC também foi calculado em diferentes faixas etárias. Os resultados foram ajustados para fatores de risco cardiometabólicos tradicionais e outros fatores associados a desfechos cardiovasculares adversos, incluindo idade, sexo, histórico de tabagismo, consumo de álcool e nível de exercício físico.

As análises descobriram que no grupo de meia-idade, ter um IMC na faixa de sobrepeso (25 kg/m² a 29,9 kg/m²) estava associado a um risco 13% maior de morrer de doença cardiovascular. Porém, no caso dos idosos, estar ligeiramente acima do peso teve relação com uma probabilidade 18% menor, comparado àqueles com índice de massa corporal normal (menos de 25kg/m²).

Segundo os autores, o IMC ideal para proteger adultos de meia-idade da mortalidade por doenças cardiovasculares é 24kg/m². Já entre os idosos, foi calculado em 27 kg/m². “Consequentemente, planos de tratamento personalizados podem ser desenvolvidos em ambientes clínicos, adaptando recomendações para diferentes faixas etárias”, diz o artigo.

Os pesquisadores também encontraram uma relação entre a circunferência da cintura e o risco de morte cardiovascular. Quanto maior a medida, mais alta a probabilidade de óbito por condições como infarto e AVC. A tendência foi a mesma tanto entre os participantes de meia-idade quanto os idosos. “É importante ressaltar que demonstramos que o IMC ideal para pessoas com diabetes tipo 2 varia de acordo com a idade, independentemente dos fatores de risco cardiometabólicos tradicionais”, afirma Shaoyong Xu. Ele afirma que, no futuro, medidas de obesidade central, como a circunferência da cintura, sevem ser utilizadas para reduzir, ainda mais, a mortalidade.

O parâmetro da Organização Mundial da Saúde para a obesidade é determinado pelo Índice de Massa Corporal (IMC) que é calculado dividindo-se o peso (em kg) pelo quadrado da altura (em metros). O resultado revela se o peso está dentro da faixa ideal, abaixo ou acima do desejado.

Menor que 18,5 – Abaixo do peso

Entre 18,5 e 24,9 – Peso normal

Entre 25 e 29,9 – Sobrepeso (acima do peso desejado)

Igual ou acima de 30 – Obesidade

Substituir o açúcar por adoçantes artificiais e naturais nos alimentos não deixa as pessoas com mais fome, além de ajudar a reduzir os níveis de açúcar no sangue. É o que mostra um estudo publicado na revista The Lancet.

O ensaio controlado descobriu que o consumo de alimentos contendo adoçantes produziu uma redução semelhante nas sensações de apetite e nas respostas hormonais relacionadas à fome, comparado aos alimentos açucarados. Os autores também encontraram benefícios, como a redução do açúcar no sangue, particularmente importante em pessoas em risco de desenvolver diabetes tipo 2.

O uso de adoçantes no lugar do açúcar nos alimentos pode ser controverso devido a relatos conflitantes sobre seu potencial para aumentar o apetite. Estudos anteriores foram realizados, mas não forneceram evidências robustas, sustentam os autores da Universidade de Leeds, no Reino Unido. “A redução do consumo de açúcar tornou-se um alvo chave de saúde pública na luta para reduzir a carga crescente de doenças metabólicas relacionadas à obesidade, como o diabetes tipo 2”, comenta a autora principal, Catherine Gibbons, professora associada da Escola de Psicologia da Universidade de Leeds.

Perfil nutricional

Segundo Gibbons, a simples restrição do açúcar dos alimentos sem substituição pode impactar negativamente o seu sabor ou aumentar o desejo por doces, resultando em dificuldades em aderir a uma dieta com baixo teor de açúcar. “A substituição de açúcares por adoçantes e intensificadores de doçura em produtos alimentícios é uma das estratégias dietéticas e de fabricação de alimentos mais amplamente utilizadas para reduzir a ingestão de açúcar e melhorar o perfil nutricional de alimentos e bebidas comerciais”, diz.

O estudo, que é o primeiro do gênero, analisou os efeitos do consumo de biscoitos açucarados ou dois tipos de adoçantes alimentares: o substituto natural Stevia ou o adoçante artificial Neotame em 53 homens e mulheres com excesso de peso ou obesidade. Não houve diferenças no apetite ou nas respostas endócrinas em comparação com o açúcar, mas os níveis de insulina medidos duas horas após a ingestão foram reduzidos nos voluntários do segundo grupo.

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O Ministério de Minas e Energia (MME) preparou uma Medida Provisória (MP) para usar os recursos da privatização da Eletrobras para reduzir a conta de luz, na média, em 3,5% neste ano, o que poderia praticamente anular reajustes já previstos. O texto também prorroga um desconto em tarifas para usinas de energia renovável, mas especialistas lançaram dúvidas sobre a eficácia da proposta.

A MP aguarda aval da Casa Civil para ser publicada.

A ideia é usar os recursos de fundos criados com a privatização da estatal para pagar empréstimos tomados pelas distribuidoras de eletricidade, durante o auge da pandemia de Covid-19, em 2020, e a seca que baixou os reservatórios das hidrelétricas, entre 2021 e 2022.

Esses financiamentos, coordenados pelo BNDES e concedidos por diversos bancos, têm o custo repassado aos consumidores, na conta de luz.

O texto que justifica a edição da MP ressalta que “a quitação dos empréstimos promoverá uma redução estrutural, em média, de 3,5% nas tarifas de todos os consumidores já em 2024, equivalente aos custos da tarifa social de energia elétrica e de universalização em 2023”.

De acordo com especialistas consultados pelo GLOBO, isso não significa que a conta de luz ficará mais barata, mas a redução poderá praticamente anular os reajustes previstos para este ano.

Esses aumentos, autorizados todos os anos, ficarão entre 4,5% e 5% em 2024, dependendo da concessionária de eletricidade — cada empresa atua numa área geográfica do país —, estimou Edvaldo Santana, professor titular aposentado da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e ex-diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Governo antecipa

O ex-diretor da Aneel explicou que, atualmente, a Eletrobras paga um valor anual ao governo — uma parte dos recursos levantados na capitalização da empresa, numa oferta de ações na B3, em meados de 2022. Com a MP, haverá uma antecipação dessas parcelas anuais.

Segundo uma fonte do setor elétrico, que pediu o anonimato, o governo fará a antecipação, para depois receber os pagamentos parcelados da Eletrobras. Dessa forma, a companhia seguirá pagando exatamente da mesma forma — procurada, a empresa não comentou a medida.

A MP não define quanto poderá ser antecipado, mas, em fevereiro, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que pretendia adiantar R$ 26 bilhões. Nos cálculos de Santana, o valor poderia ser de R$ 7 bilhões a R$ 8 bilhões.

Para permitir o alívio no preço da conta de luz, a MP mudará o destino dos recursos. Os valores da Eletrobras quitariam a “Conta Covid” e a “Conta Escassez Hídrica”, pelas quais os consumidores pagam, na conta de luz, os financiamentos tomados pelas distribuidoras de 2020 e 2022.

— Na prática, em vez de o consumidor pagar esses encargos, quem vai pagar é o próprio governo através dessa antecipação. É uma queda representativa para o consumidor — afirmou Santana.

Segundo o advogado Tiago Figueiró, sócio das áreas de M&A (fusões e aquisições) e Energia do escritório Souto Correa Advogados, feita a realocação, fica a dúvida sobre como serão custeados os projetos que, inicialmente, receberiam esses valores, como estabelecido na lei que autorizou a privatização da Eletrobras, em 2022:

— A questão é saber como ficarão outros projetos que vão receber recursos da Eletrobras nos próximos anos, conforme acordado na privatização, como os investimentos previstos para a navegabilidade dos rios Tocantins e Madeira, além da integração do Rio São Francisco com outros rios.

Em parte por isso, Clarice Ferraz, professora da Escola de Química da UFRJ e diretora do Instituto Ilumina, vê a nova MP como uma “maquiagem”, uma “manobra” para adiar problemas que levam ao aumento sistemático das tarifas no setor elétrico.

A professora comparou a proposta à MP 579, publicada pelo governo Dilma Rousseff em 2012, que impôs uma redução de tarifas ao setor elétrico com a renovação antecipada de concessões de usinas geradoras.

— A queda teve pouca duração e houve ainda um agravamento da crise do setor. Não se pode mais fazer dessa forma. O setor chegou a um esgotamento do seu modelo. Não se faz isso por MP ou por pedaços — disse a diretora do Instituto Ilumina, ressaltando que a antecipação poderá deixar outras despesas descobertas. — Essa MP não conversa com os projetos do governo.

A proposta do MME também procura aliviar as contas de luz no Amapá. Em novembro, a Aneel aprovou um reajuste de 44,41% na conta de luz da concessionária que no estado. A decisão acabou sendo suspensa pelo Judiciário e foi adiada em 45 dias pela própria agência em dezembro do ano passado.

Desconto prorrogado

Além disso, a MP trata das linhas de transmissão do Nordeste e estabelece um prazo adicional de 36 meses, para usinas de energia renovável, como eólica e solar, receberem desconto nas tarifas de uso da rede geral de transmissão de eletricidade.

Uma lei de 2021 determinou o fim gradativo desses descontos. Com a MP, as empresas terão mais três anos para construir usinas com a garantia de ter o desconto. Em contrapartida, deverão apresentar uma “garantia de fiel cumprimento”, no valor de 5% do empreendimento.

Segundo a área técnica do MME, a prorrogação do desconto vai gerar R$ 165 bilhões em investimentos e mais de 400 mil empregos, mas Figueiró, do Souto Correa Advogados, ponderou que o prazo adicional poderá levar a mais encargos na conta de luz.

— É preciso fazer a conta para saber se isso pode, de certa forma, anular a antecipação dos recursos da Eletrobras na MP, já que quando uma empresa deixa de pagar os encargos, o custo é repartido pelos outros consumidores — disse Figueiró.

Ponto turístico não falta no Rio para quem busa lazer, curtir as férias e carnaval. É esse o tripé que sustenta a atividade na cidade. A informação — obtida a partir de levantamento feito pelo Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (IFec RJ) com 1.400 turistas estrangeiros e brasileiros entre os dias 5 e 19 de fevereiro — não chega a ser surpreendente, dadas as muitas opções que a cidade oferece para atividades ligadas às necessárias práticas do ócio e do prazer. Porém, que ninguém se engane, a festa gera dividendos significativos: o impacto do turismo na economia do estado, segundo o estudo, é de R$ 2,35 bilhões, dinheiro deixado pelos visitantes em meios de hospedagem, restaurantes, entretenimento e compras.

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De acordo com o IFec RJ, a 91,8% dos visitantes vêm ao Rio atrás de diversão, descanso e… samba. É bem possível que o período escolhido para as entrevistas, que coincidiu com o carnaval deste ano, tenha influenciado o resultado, mas o fato é que 30,2% desse público chegou de olho nas festividades de Momo. Menos de 10% do total ficam no campo do chamado “turismo de negócios”.

A pesquisa mostra ainda que o Rio não é uma simples paixão de verão (ou um amor de carnaval, como queiram). Quem conhece, costuma voltar. Mais precisamente, 58,1% dos entrevistados disseram que já tinham visitado antes. E mais: dos turistas reincidentes 27,7% disseram que estiveram na cidade mais de dez vezes.

A cidade oferece belezas naturais, entre as quais praias entre as mais famosas do mundo e a maior floresta urbana do planeta, tem fartas opções culturais, mas tudo isso tem um preço. Mais de 40% dos entrevistados consideram o Rio caro ou muito caro.

Foram 791 turistas estrangeiros e 609 brasileiros ouvidos. As entrevistas foram realizadas na orla, entre Copacabana e a Barra da Tijuca. Também foram ouvidos turistas nos dias de desfile na Marquês de Sapucaí. Em que pese a grave e prolongada 0crise econômica enfrentada pela Argentina, nossos vizinhos são a maioria entre os estrangeiros que nos visitam: 16,3% do total. Em seguida vêm os norte-americanos (13,1%) e os chilenos (12,5%). Entre os europeus (38,8% dos turistas estrangeiros ouvidos) a ponta ficou com os franceses (7,5%), seguidos por ingleses (7,2%) e portugueses (4,3%) .

Rivalidade entre Rio e São Paulo? Isso fica apenas no campo das piadas. Entre os turistas brasileiros entrevistados, os paulistas representam mais de um quarto do total (25,3%), seguidos dos mineiros (20%) e gaúchos (13,3%).

As atrações turísticas mais visitadas ou desejadas ficaram dentro do esperado: Cristo Redentor foi o mais citado (62,6%), seguido do Pão de Açúcar (48%) e das praias (18,6%). Em seguida vêm o Sambódromo (14,9%) e o Maracanã por 9,4%.

Na hora de repor as energias, os turistas se mostraram satisfeitos: a gastronomia oferecida por aqui agradou a 84,4% dos entrevistados. A tão falada hospitalidade do carioca também apareceu no estudo: 87,4% ficaram satisfeitos com a forma como foram recebidos.

Quase metade dos visitantes (46,6%) ficou em hotéis, enquanto 31,9% optaram por alugar imóveis em plataformas digitais.

A cidade do Rio foi usada como plataforma para explorar outros destinos no estado por um em cada três turistas. Os destinos mais cotados, pela ordem, foram Armação de Búzios, Arraial do Cabo, Angra dos Reis, Cabo Frio e Paraty.

Sobre o sensível tema da segurança públicos, os 42,6% dos visitantes 42,6% tinham expectativa “muito negativa” antes de vir. Uma vez em terras cariocas, no entanto, 59,3% disseram estar “satisfeitos ou muito satisfeitos” no quesito, contra 16,9% que ficaram “insatisfeitos ou muito insatisfeitos”.

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A interferência do governo em companhias abertas, como a estatal Petrobras e a mineradora Vale, vem contribuindo para azedar ainda mais o humor de investidores em relação ao Brasil, diante de um cenário externo em que a política de juros nos EUA e a incerteza sobre o ritmo do crescimento da China impulsionam a retirada de recursos de mercados emergentes.

Até o último dia 22, estrangeiros retiraram R$ 21,2 bilhões da B3. Já as ações da Vale e da Petrobras já acumulam neste ano quedas de, respectivamente, 19% e de 4%.

Analistas do banco de investimentos Goldman Sachs recomendaram, em relatório a clientes esta semana, a venda de ações de estatais brasileiras e a compra de companhias privadas. Um dos motivos para a recomendação foi a recente interferência na Petrobras — o governo vetou a decisão da petroleira de pagar mais dividendos, maneira pela qual empresas abertas distribuem lucros.

“Tais eventos normalmente levaram a um prêmio de risco mais elevado para os ativos brasileiros”, diz um trecho do relatório do Goldman, assinado pelos estrategistas Jolene Zhong, Nathan Fabius e Caesar Maasry.

Na semana passada, pesquisa de opinião com 100 agentes do mercado no Rio e em São Paulo, do instituto Quaest em parceria com a corretora e gestora Genial Investimentos, apontou o intervencionismo do governo na economia como o principal risco no Brasil. O desequilíbrio nas contas públicas, até então o principal fator a tirar o sono dos investidores, agora aparece em segundo lugar.

Segundo a pesquisa, 97% dos entrevistados classificaram como errada a decisão da Petrobras sobre os dividendos, enquanto 89% disseram que a intervenção na Vale teria como efeito a redução dos investimentos estrangeiros no Brasil — em janeiro, o Palácio do Planalto aumentou a pressão para indicar, sem sucesso, o ex-ministro Guido Mantega como CEO da mineradora. Após os dois episódios, 57% dos entrevistados pelo Quaest disseram ter mudado suas carteiras de investimento.

‘Encanto quebrado’

Para Silvio Campos Neto, sócio e economista sênior da consultoria Tendências, a interferência na Vale e na Petrobras ajudou a influenciar o comportamento dos investidores estrangeiros, que vêm tirando recursos do país.

Os episódios recentes envolvendo as companhias abertas quebraram o “encanto” deles com o governo Luiz Inácio Lula da Silva, ao lembrá-los de que se trata de um governo com viés intervencionista, disse o economista.

Mesmo assim, conforme analistas ouvidos pelo GLOBO, o cenário internacional pesa sobre a saída de recursos de investidores estrangeiros da B3 e sobre a queda nas cotações de ações — a interferência governamental potencializa o movimento.

No lado externo, houve um ajuste na percepção global sobre os rumos da política de juros nos EUA, disse Campos Neto. Agora, investidores esperam que as taxas americanas demorem mais a cair e caiam mais lentamente.

A perspectiva de juros mais altos nos EUA tende a atrair investidores globais para o mercado americano, em detrimento dos países emergentes.

— Os investidores globais passaram a reposicionar as carteiras de investimento à medida que entenderam que o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) iria promover cortes mais lentos — disse Gabriel Costa, analista da Toro Investimentos.

Ao mesmo tempo, há preocupação com o crescimento da China, principal importadora global de matérias-primas. A perspectiva de um arrefecimento na demanda chinesa diminui o apetite de investidores financeiros por mercados de países produtores desses insumos, como é o caso do Brasil.

— Há preocupação com o crescimento da China e isso pode afetar a compra de commodities (matérias-primas cotadas internacionalmente), o que mexe com nossa Bolsa — explicou Campos Neto, da Tendências.

De acordo com Costa, da Toro Investimentos, o cenário deste início de ano é contrário ao do ano passado. Em 2023, houve saldo positivo nos fluxos de investimento financeiro do exterior, com entrada de capital. Isso também ocorreu em outros países emergentes.

Matheus Nascimento, analista da Levante, diz que a saída de estrangeiros é um dos fatores que pesam no desempenho “de lado” da bolsa este ano. O Ibovespa, principal índice de ações da B3, acumula, no ano, queda de pouco mais de 5%.

— A Bolsa é muito dependente de capital estrangeiro. Eles representam 54,6% do fluxo mensal — disse Nascimento.