Tereos sopra para longe o açúcar e os prejuízos da Guarani

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Acabaram-se o açúcar e o afeto. A Tereos prepara mudanças em sua estratégia de negócios no Brasil. Cansado da baixa rentabilidade no segmento, o grupo francês deverá vender sua divisão de açúcar refinado. Um forte candidato à aquisição é a Camil Alimentos. A operação envolve a marca Guarani e uma fábrica em São Paulo. O produto refinado responde hoje por menos de 5% do faturamento e por apenas 10% das vendas totais de açúcar da Tereos – a companhia também comercializa a commodity no atacado, este, sim, um negócio de maior peso.

A Tereos, que comprou a Guarani em 2001, nunca conseguiu alavancar as vendas de açúcar refinado na proporção esperada. Sua participação de mercado permanece estagnada na faixa dos 4% desde meados da década passada. Na partida, os franceses fizeram pesados investimentos na modernização do parque industrial e na distribuição do produto, apostando na tradição da marca Guarani. Nos últimos três anos, no entanto, a Tereos praticamente suspendeu os aportes. Seu apetite acompanhou os declinantes resultados da operação. Desde 2010, o volume de vendas de açúcar refinado da companhia tem caído, em média, 10% ao ano. Isso para não falar das margens cada vez menores do produto.

Se o interesse da Tereos pelo negócio derrete feito açúcar na frigideira, a Camil Alimentos não se preocupa com o risco de sofrer uma hiperglicemia. Dona de sete marcas, a companhia soma quase 60% das vendas de açúcar refinado no Brasil. A segunda colocada do setor, a Alto Alegre, vem lá atrás, com apenas 13%. Com a compra da Guarani, a Camil aumentará ainda mais sua primazia no setor e seu poder de fogo sobre o varejo. Mas isso é assunto para o Cade. Consultada pelo RR, a Tereos não se manifestou sobre o assunto.

 

Fonte: Blog IG Relatório Reservado