Mercadante se encontra pessoalmente com Prates e diz que Lula o sondou para a Petrobras

O presidente do BNDES e ex-ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, encontrou-se pessoalmente com João Paul Prates, presidente da Petrobras, no Rio de Janeiro. Os dois conversaram na quarta-feira (3) sobre a sucessão na empresa.

Mercadante disse a Prates que Lula (PT) o sondou para assumir a Petrobras, caso o atual presidente da estatal não tenha mais condições de ficar no cargo.

Prates está em um embate com integrantes do Conselho de Administração da Petrobras e com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

O conflito envolve diversas discussões, incluindo o pagamento de dividendos extraordinários, que foi uma espécie de gota d’água na relação turbulenta entre Prates e Silveira.

Prates e Mercadante têm uma boa relação. Como as sedes do BNDES e da Petrobras estão no Rio de Janeiro, o contato entre os dois se intensificou recentemente.

Na conversa com Prates, Mercadante não disse que Lula já fez o convite, mas afirmou que o presidente o sondou a respeito.

A interlocutores, Mercadante disse que não gostaria de assumir a Petrobras. No entanto, pessoas próximas a ele acham improvável que o ex-ministro não assuma a estatal diante de um convite de Lula.

Mercadante também teria sugerido a Prates que procurasse por Lula e conversasse com o presidente o quando antes. Prates tentou marcar um encontro com o presidente, mas ainda não conseguiu concretizar a agenda.

Integrantes do Palácio do Planalto dizem que Lula está incomodado com o embate entre Prates e o ministro Alexandre Silveira. Servidores do Planalto afirmam ainda que, nos próximos dias, o presidente deve chegar a uma solução final — provavelmente optando pela saída de Prates da Petrobras.

Se de fato a mudança acontecer, será uma evidência de que Lula arbitrou na queda de braço a favor de Silveira. Isso porque a visão do ministro sobre os rumos da empresa tem um alinhamento maior com a do presidente. Ambos entendem que a Petrobras deve atuar em favor de políticas públicas importantes para o governo.

O desgaste entre Prates e Silveira também passou por discussões sobre investimentos na empresa, preços dos combustíveis, setor de gás, entre outros.

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