Lagarde vê nuvens escuras no horizonte da economia mundial

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Seis anos após a crise financeira que começou nos EUA, a economia mundial ainda está enfraquecida, com elevados níveis de endividamento e de desemprego.

Além disso, como afirmou a directora-geral do FMI, Christine Lagarde, há nuvens que ameaçam escurecer o céu da economia mundial, como um fraco crescimento, durante um longo período de tempo. Ou seja, uma fase de “crescimento medíocre”. No discurso que proferiu esta quinta-feira sobre os desafios globais, Lagarde destacou que, neste momento, a economia mundial está mais fraca do que se previa há apenas seis meses. A intervenção de Lagarde, que discursou na Universidade de Georgetown, surge uma semana antes da divulgação de novos indicadores, que, previsivelmente, serão pouco animadores.

Há, obviamente, há diferentes casos, com as economias em desenvolvimento e as emergentes (como a China) a liderarem o crescimento, embora o seu ritmo tenda a abrandar. Já entre as economias desenvolvidas a recuperação tem sido mais forte nos EUA e Reino Unido, seguindo-se o Japão, enquanto na zona euro verifica-se uma retoma fraca, com casos de elevado desemprego e risco de deflação.

Entre as ameaças no horizonte está também o sistema financeiro “sombra”, ou seja, aquele que não é regulado, e tem vindo a crescer, e os excessos do sector. A isto acrescem os riscos geopolíticos em zonas como  a Ucrânia, e uma eventual maior propagação do vírus Ébola. Para evitar o “novo medíocre”, é preciso, diz Lagarde, um novo “momentum”, com investimento público em infra-estruturas e reformas estruturais em sectores como o trabalho, embora destaque que as políticas económicas têm de ser desenhadas de acordo com as características de cada país.