A logística de Ometto contra a lógica do usineiro

A logística de OmettoO empresário Rubens Ometto Silveira Mello, da Cosan, poderia ser mais um destes usineiros que batem à porta do governo queixando-se da falta de incentivos ao setor. Mas não é o caso. Primeiro, ele não pode mais ser visto como um usineiro. Segue que reclamar não faz parte do seu estilo de negócio. Recentemente, ao formalizar proposta para incorporação da ALL (América Latina Logística) pela Rumo Logística, empresa que criou em 2008, ele está mais perto de realizar o sonho de criar uma companhia de logística integrada, unindo ferrovia, rodovia e porto.

Há muito Ometto despiu-se da roupagem de usineiro para tonar-se um multi empresário. Após sucessivas aquisições e investimentos, o Grupo Cosan tronou-se um conglomerado de 24 usinas, que produzem por ano 2 bilhões de litros de etanol e cerca de 4 milhões de toneladas de açúcar – o equivalente a mais de 5% do insumo consumido em todo o mundo. Ao diversificar seus negócios para as áreas de alimentos, comercialização de combustíveis, distribuição de gás e logística, Ometto é daqueles empresários que passará ao largo da crise no mercado de etanol que está obrigando as empresas do setor a fechar as portas.

Em 2010, graças a uma associação com a Shell, que gerou a criação da Raízen, o empresário ampliou sua atuação no mercado internacional. Figura assídua no Palácio do Planalto, Ometto tornou-se um dos principais interlocutores tanto de Lula quanto de Dilma Rousseff entre o empresariado. O empresário mantém comunicação constante com a Presidência da República no que diz respeito à definição de políticas não apenas para a indústria sucroalcooleira, mas para o setor de energia como um todo.

Consta que, ao invés de reclamar ele é que tem ouvido as queixas do governo.

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