A força-tarefa da Saraiva para entregar pedidos na volta às aulas

Para apaixonados por livros e artigos de papelaria, o centro de distribuição da Saraiva, em Cajamar, São Paulo, é quase um parque de diversões. O estoque, em algumas partes, mais parece uma biblioteca, com prateleiras recheadas de títulos. De lá, saem cerca de 150.000 produtos todos os dias. Em dezembro, o número salta para próximo de 200.000, por causa da venda aquecida de materiais escolares. Para dar conta de tudo, a empresa contrata funcionários temporários e abre um terceiro turno de operação, durante a madrugada, de novembro a março – período que cobre a Black Friday, o Natal e a volta às aulas. EXAME.com visitou o armazém e mostra, nas fotos, como tudo funciona por lá durante essa época movimentada do ano.

Direto para as lojas

Além da unidade de Cajamar, a Saraiva possui outro centro de distribuição em Salvador, na Bahia. O primeiro entrega produtos para as lojas e cobre as vendas online para a região metropolitana de São Paulo. Também concentra a operação volta às aulas, uma vez que praticamente todos os livros saem de lá. Já o segundo envia os itens comprados pela internet para todo o Brasil, além de abrigar a maior parte dos eletrônicos comercializados pela companhia.

Espaço amplo

O galpão tem 22.000 metros quadrados. A Saraiva está no local desde 2013 e usa cerca de 60% de sua capacidade de armazenamento. A empresa não abre quantos funcionários trabalham lá porque considera essa informação estratégica, mas diz que durante a “volta às aulas”, o efetivo cresce 25%. Ao todo, contando as 113 lojas pelo país, ela emprega cerca de 4.500 pessoas.
O caminho

O tratamento dado às mercadorias guardadas no centro distribuição muda conforme o lugar para onde elas irão: as lojas ou as casas dos consumidores que compram online.

A chegada

O processo de chegada desses produtos ao depósito, porém, é o mesmo. Das 26 docas para caminhões que há no local, seis são dedicadas ao recebimento de cargas. Depois de descarregadas, as caixas são abertas e os produtos conferidos e cadastrados pelos trabalhadores.
Para onde vai?

Na sequência, se o item tiver como destino alguma das lojas Saraiva, segue por uma esteira, de onde é empacotado e entregue para as transportadoras para a distribuição.

Na estante

Já se ele for para o estoque (para depois atender as compras online ou os pedidos de reposição nos pontos de venda), é encaminhado para as prateleiras.

Bem guardado

Os livros que têm muita saída, como os best sellers, ficam armazenados em caixas. Os demais vão direto para as prateleiras. Em 2016, o título mais comprado na Saraiva foi “Como eu era de antes de você”, da jornalista Jojo Moyes.

Um endereço

Encontrá-los é como buscar um endereço. Cada corredor do galpão é uma “rua” e cada prateleira possui um código de barras, como se fosse o número de um imóvel – tudo cadastrado no sistema online.

Pela internet

Os pedidos feitos no e-commerce podem ser separados de duas maneiras. Se a compra é de um item único, ele é coletado (processo chamado picking) individualmente e já encaminhado para a embalagem.

Juntinhos

Porém, pedidos de dois ou mais produtos são coletados coletivamente e depois levados para a área de consolidação (foto). Lá, eles são separados e agrupados conforme a demanda do cliente.

Pronto para viagem

No pacote, as compras são encaminhadas por uma esteira até os profissionais que vão agrupá-las em gaiolas.

Hora de embalar

Já montados, os pedidos são conferidos pelos funcionários, que também emitem a nota fiscal, a etiqueta e fazem a embalagem.

11 transportadoras

Cada uma das gaiolas vai para uma transportadora. A Saraiva é parceira de 11 companhias de logística. Elas alocam funcionários no centro de distribuição para agilizar o carregamento dos caminhões.

Entrega à escolha

A escolha de qual empresa vai levar os produtos varia conforme o local e o tipo de entrega marcada pelo cliente (no caso do e-commerce).

Prazos diferentes

A livraria trabalha com prazos de recebimento para o mesmo dia da compra, para o dia seguinte, para uma data agendada e oferece ainda a opção de retirada nas lojas. O preço do frete varia conforme o serviço.

Saraiva em números

A Saraiva também vende canetas, mochilas, cadernos, lápis de colorir… Mas seu principal mercado ainda é o de livros, no qual tem 24% de participação no país, segundo ela mesma. No fim de 2015, a companhia se desfez de seu braço editorial e passou a focar no varejo. Sua receita líquida atingiu 1,25 bilhão de reais nos nove primeiros meses de 2016 (últimos dados disponíveis), uma queda de 1,9% frente ao mesmo período do ano anterior. Enquanto as vendas nas lojas físicas caíram nesse intervalo, as do e-commerce cresceram. O prejuízo acumulado foi de 27,91 milhões de reais, perda 52,4% menor do que a registrada um ano antes.

Fonte: Exame